Esse mês os dias estavam especialmente ensolarados, mas isso não me alegrava nem um pouco. Pelo contrário, eles apenas faziam com que ficasse mais claro perceber o quanto aqui dentro está frio, seco, vazio. Não, não vazio. Dolorido, essa seria a palavra certa. "Não, dá mais! Nós nunca daríamos certo. Eu não sirvo para você! Me esqueça." Chega a ser engraçado. Te esquecer. Como? Se até o ultimo fio de cabelo da minha cabeça grita de dor quando eu imagino que não vou te ver novamente? Porque então uma história tão linda? Porque então tantos sorrisos felizes, tantos abraços carinhosos, tantas demonstrações de carinho? Porque então dizer que me ama? Porque me fazer tão bem se agora me faria tão mal? Seria impossível descrever o que se passa aqui dentro quando eu lembro do que aconteceu naquela noite. E eu que cheguei a te jurar que todos os meus dias, até o resto da minha vida, seriam unicamente seus. E agora, isso se tornou o que? Dor. É apenas isso que sinto. Dormir tem sido insuportável, já não aguento mais passar noites e mais noites sonhando com você. Sair na rua hoje parece uma espécie de flagelação. Pra onde olho te vejo, e me irrito por perceber o quanto fui feliz do teu lado. Porque então acabou? Porque então você resolveu não me querer mais nos teus dias também? Cheguei a pensar que fosse minha culpa, mas eu sabia que não era. Apenas não queria aceitar que você me abandonou, que você realmente sumiu de mim e da minha vida. Viver tem sido difícil, praticamente insuportável! Já não sei o que esperar do amanhã. Já não sei o que esperar do agora. Na verdade já nem tenho tanta certeza se o ontem existiu mesmo! Amar você foi a melhor coisa que me aconteceu, sim, foi. Mas agora eu preciso de bem mais que isso. Está na hora de aprender a me amar. Recomeço, é disso que eu preciso. Como eu ainda não sei, mas sei que vou descobrir, e logo!
V. Rodrigues
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