setembro 10, 2010

e por hoje (...) o teu cheiro.

É madrugada, mas eu não tenho sono. E não é a primeira vez que isso acontece. Na verdade já se tornou uma espécie de rotina. Deitar e não ter sono. Deito, afinal é tudo que me resta agora.
Há tempos tento encontrar algo digno pra escrever. Não aguento mais escrever sobre amor. Não suporto mais! Mas o que eu posso fazer? Ando percebendo que o amor é muito mais em mim do que eu imaginei. E desde que você se foi... Bom, desde que você se foi tudo mudou, ou pior, nada mudou. Tudo continua 'irritavelmente' o mesmo. Os mesmos dias; os mesmos sonhos; os mesmos lugares; os mesmos sabores; os mesmos drinques; os mesmos papos; os mesmos amigos; os mesmos amores. 
Outro dia me disseram que eu preciso querer tirar você de mim. Isso é mentira. Eu quero, quero muito! Acontece que eu não tenho culpa de que os drinques que eu bebi com você são os mais gostosos; que os lugares que eu conheci com você são os mais bonitos; que os sabores que eu dividi com você são os mais marcantes. Eu não tenho culpa de te querer. A culpa é toda sua, unica e exclusivamente sua. Você não tinha necessidade nenhuma de ser exatamente o que eu queria pra mim. Agora aguente a consequência de ter o meu amor, porque eu também já aceitei a sina de te amar. E já aceitei que essa ideia de te ter não é mais desejo, é utopia. Então, já tratei de afogar minhas mágoas no meu copo de whisky, com gelo. Porque se é pra sofrer, que se sofra em grande estilo.
E por hoje, mais uma vez, resta-me apenas o teu cheiro.


V. Rodrigues


Nenhum comentário: