E nesse ano novo, se eu conseguir ser nova, quero deixar de lado essa mania de me importar com bobagem, de sofrer por antecedência. Quero restaurar aquela alegria simples que eu sentia quando era menina. Quero recuperar a mágica de ser criança, mesmo sabendo que isso é quase impossível. (É que eu acho que só em buscar a mágica, você já encontra um pouquinho dela pra ti.) Quero passar mais tempo ouvindo o que os outros tem a dizer, principalmente os que eu ignoro. A gente é tão mais pequena por não saber ouvir.. E quero falar menos com os outros e mais comigo. Ando conversando muito pouco comigo.. Não sei quase nada mais de mim, e isso é um saco. Ah, e sem dúvida alguma, quero rir mais. De mim, dos outros, do mundo, das adversidades. Rir cura a alma. É um santo remédio. E, de vez enquanto, quero chorar um pouquinho também. Choro é uma espécie de exorcismo. Lava a alma, expulsa o que de negro houver por dentro. Quero, por fim, e mais que tudo, sentir o gosto bom de ser bom, não, de ser o melhor que se pode ser. Sentir o gosto bom de ser o meu melhor, e sentir, na pele, na vida, na realidade, a leveza de ser indispensável pra alguém. Quero ser acréscimo, ser somar, mas não só por somar. Quero somar com qualidade. Quero servir flores, que cheirem a esperança e tenham gosto de café em manhã de inverno.
Vem comigo? Afinal.. o show tem que continuar.
V. Rodrigues
(...) mas iremos achar o tom, um acorde com um lindo som,
e fazer com que fique bom, outra vez, o nosso cantar.
E a gente vai ser feliz, olha nós outra vez no ar.
O show tem que continuar! ♫
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