janeiro 14, 2011

uma coisa bela.

Não sou fã do Chico (Buarque) - não que não conheça algumas músicas dele, só que acho que isso é muito pouco pra me declarar fã - mas devo assumir que essa microssérie da Globo me fez brilhar os olhos.
Gosto de coisa assim, que me envolve, que me faz viver junto. E eu vivi. E achei lindo tudo aquilo, desde a garota que era noiva de um maluco e se envolve com um pedreiro jurando que ele é engenheiro, até a garota que perde o noivo - por suicídio - e vira prostituta. Cada um teve sua pitada de vida real e de piegues. 
Achei bonito a cumplicidade do casal que entende que uma traição não é o fim de tudo. Um casal que sabe recomeçar - e que, mesmo que a gente finja que não, é mais real que muita realidade que a gente vê por aí. Achei gostoso de vê o cara que se apaixona por uma voz, e vive com essa paixão como se ela fosse a coisa mais linda de todas, e que considera a voz o suficiente pra si, e é tão fiel a ela que não percebe que o amor da sua vida lhe vende quindim. Achei romântico o jeito como o cara não tem vergonha de contar pra uma prostituta que tá apaixonado por outra prostituta. Achei engraçado o jeito como a gente se apaixona por uma ilusão, e se prende a ela como se ela fosse mais real que um noivado de anos. Achei amante o jeito como o casal pode perdoar as mentiras, e entender que tudo aquilo era mais que ilusão.
Achei mágico. Achei doce. E algumas vezes irritante, e outras totalmente piegas, e outras muito surreal. Pensei várias coisas em simples quatro noites, e acabei a ultima noite com um sorrisinho de canto de boca, daqueles que você não pede pra vir, só vem. E é por isso que eu afirmo, sem medo dos clichês, que Amor em 4 atos deu ao meu 2011 um pouco mais de beleza e poesia.
Obrigada.

V. Rodrigues

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