Andei por aí, ensaiando conversas que eu nunca vou ter, escrevendo textos que nunca vão ler, buscando coisas que eu nunca vou ser. Ouvi Los Hermanos, busquei inspiração, chorei dores que eu nem tenho certeza se são mesmo minhas.. Negócio estranho é essa tal de vida.. coisa que se renova, mas que não renova a gente. Acho que a gente tem medo de se renovar, medo de pensar. Pensar dói as vezes, então eu evitei. Evitei ter as conversas que planejei, evitei ler os textos que escrevi, evitei ser o que busquei. Fingi e dissimulei, embora ache essa última palavra especialmente feia. Mas tô bem, de boa, tô legal. E tô pensando, e nem dói tanto assim, mas ainda dói um pouco. Entendeu? Não, né? Mas não liga, não te julgo. Na maioria das vezes eu que sou eu não me entendo.. Então vou ali, porque esse negócio estranho de vida é tipo Sentimental, do Los Hermanos, na Casa Conde. Termina com aquele som fúnebre de trombeta, mas depois começa aquele batidinha de reggae no violão em Sétimo Andar e a gente esquece logo do som fúnebre.
O que eu quero dizer é que, sabe.. Passa. Sempre passa. Basta que você também aceite isso. Aceite que passa. Ah, e boa semana pra vocês.
V. Rodrigues
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