junho 20, 2011

Unhas.

Deitou mas não dormiu. Tanto arrependimento por ter cortado as unhas.. Mas elas estavam tão lindas, tão grandes e fortes. Como se arrependeu por ter cortado-as. Chorou de tão triste.

Mania feia essa que tinha. Mania de se vingar de si mesma, até pelo que nem era culpada. Mas se vingava. Cortando as unhas. E agora estava arrependida. Não pelas unhas, mas pela vida. Por ter ido até ali, mesmo sabendo aonde ali ia dar, desde o princípio. "Suspeitou desde o princípio".

Mas então teve uma surpresa: as unhas estavam crescendo de novo. Em poucos dias estariam do jeito que eram antes, e seriam fortes outra vez. Lembrou: o tempo não parou. Nem vai. Repetiu baixinho pra se convencer: nem vai.
V. Rodrigues

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