"Inconscientemente, parecia querer buscar em autores, filmes e músicas, algum tipo de consolo. Como se alguém precisasse chegar bem perto do sofá, onde estava, colocar um das mãos em seu ombro e dizer que aquilo era normal. Que acontecia também com outras pessoas. E que iria passar..."
É que as vezes o coração dela simplesmente começava a ficar pesado... triste... pequeno... apertado. Fosse o que fosse. Talvez um seriado da tv, um livro, uma música de um filme, um personagem de novela. Não importava. Acontece que ela simplesmente começava a se sentir assim, e ela se via com uma necessidade sem tamanho de dizer a ele o quanto o amava, o quanto o queria bem, o quanto ele era especial. E ela dizia. Ela realmente dizia. Mas acontece que... parece que ele não ouvia, que ele não a via. Parece que ele não queria todo aquele carinho, toda aquela atenção, todo aquele amor. Parece que ele não queria a doçura que ela queria tanto entregar... E então ela voltava para o seriado da tv, para os livros, para as músicas, para os personagens. Porque se ela não conseguia o sonho encantado dela na vida real, ela ainda podia, ao menos, sonhar com ele. Sonhar com o amor encantado. Sonhar com algo que fizesse o coração dela parar de ficar pequeno, pesado, triste, apertado, porque ela estava assistindo uma simples série de tv.
Talvez você não entenda. Talvez ninguém entenda. Talvez nem ela mesma entenda. Talvez.
V. Rodrigues
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