abril 15, 2011

No fim.

Olhava pra ele, mas não o via de verdade. Via alguém que um dia ela amou. Um dia, não mais hoje. Mas por quê? Em que parte do caminho eles tinham se perdido? Não sabia. Sabia que já fora capaz de entregar toda a sua vida nas mãos dele, sabia que ele era tudo que ela sempre quis, sabia que nunca amara ninguém como o amara, mas se foi, o sentimento se foi. E isso a assustou.

Será que ele fazia ideia do quanto que aquilo tinha a afetado? Pouco provável. Mas aquela cicatriz demorou demais pra cicatrizar. Demorou tanto que virou algo feio, algo que não servia de recordação, pelo menos não uma boa recordação. Não servia porque ela ainda não tinha superado. E, na verdade, nem acreditava mais que fosse. Pelo menos não de um jeito que voltasse a fazer bem.

O amor tinha ido. Ido como se vai uma chuva de verão. Ido como se vão as folhas no outono, depois de um vento forte. E isso a fazia sofrer demais. De verdade, ela queria o amar, mas não podia mais.. Então partiu. Foi embora e não levou nada daquilo. Nenhum sorriso, nenhum abraço, nada que pudesse fazer sofrer. Foi embora e só deixou um rastro de que realmente existira:

"Eu realmente te amei. Disso, nunca duvide.
Mas até o amor às vezes cansa de existir, e vai embora.
Só tome um pouco mais de cuidado com o próximo coração que for seu.
Nem todos estão dispostos a sangrar até o fim."
V. Rodrigues

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